Secretário de Saúde de Santos ministra palestra sobre desburocratização

Simplificação administrativa foi mais uma vez a palavra-chave da segunda Audiência Pública realizada pela Comissão Especial de Desburocratização e Empreendedorismo, presidida pelo vereador Mazinho dos Anjos (PSD). Com o tema “A Desburocratização como Chave do Empreendedorismo” o evento trouxe a Vitória o doutor Fabio Alexandre Rodrigues Ferraz, ex-Secretário de Gestão e atual Secretário de Saúde de Santos que falou sobre sua experiência à frente do programa “Processos Digitais”, concebido e implantado por ele na Prefeitura Municipal da cidade do litoral paulista.

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O programa transformou o modelo tradicional de tramitação de processos por um totalmente digital. Ferraz fez, inclusive, uma comparação, que também foi ressaltada pelo vereador Mazinho dos Anjos durante a abertura, da semelhança entre a cidade de Santos e de Vitória, ambas portuárias, com uma vocação econômica bastante vinculada ao setor. “E também somos dois municípios em busca de qualidade de vida. Essa é nossa bandeira fundamental em Santos, e por isso temos a satisfação de dizer que estamos em sexto lugar no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)”, lembrou.

Foi essa busca incessante por qualidade de vida que fez surgir a ideia do programa “Processos Digitais” no ano de 2014. Ao mostrar o vídeo de um setor público da cidade de Santos com um volume enorme de processos físicos, Ferraz disse que a palavra para modificar essa situação hoje em dia é inovação. “Essa é, sem dúvida, uma metodologia que precisa ser rediscutida. Buscamos, então, na inovação uma resposta, uma saída para essa realidade que nos aflige”, ressaltou.

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O conceito é bem simples, é basicamente ter a gestão da informação integrada, segurança digital e transparência, “Buscando, sempre, claro, uma maior agilidade da máquina pública. Mas é importante atrelar a isso uma economia de insumos, ou seja, não adianta a gente querer ser eficaz na busca da agilidade, mas sem eficiência no custo. O programa tem também como objetivo monitorar indicadores de produtividade para mostrar como estamos produzindo nosso dia a dia na Prefeitura Municipal de Santos”.

Ferraz explicou, ainda, que para chegar ao objetivo final foi utilizado a ferramenta de Tecnologia de Informação BPM (Business Process Management) que basicamente fala de objetivos de negócio, modelagem de processos, execução de processos, monitoramento, análise e otimização.

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“É bem simples, o BPM nos permite fazer um caminho de processo previamente pensado, é mais ou menos como fazer uma compra na internet, seguimos uma normativa, são vários passos, não temos como fugir daquilo. Com essa ferramenta de Tecnologia da Informação o conhecido ‘despacho bicão’, quando o João pega um processo, carimba, e passa para o Antônio, que passa para o João, e assim por diante, simplesmente não acontece. Porque o fluxo do processo já foi pensado previamente e a decisão tem que ser tomada. Sim ou não e justifique Você precisa tomar a decisão, não consegue simplesmente bicar para o próximo”, lembra.

Desde o início do programa, já foram aplicados digitalmente mais de 66 mil processos. São 87 modelos em uso, a meta é chegar a 100. “Setenta por cento dos processos já são feitos digitalmente em sua totalidade. E o mais importante: o tempo médio de cada um desses processos é de 120 horas. É um ganho muito significativo”, explica Ferraz. “O foco é para a frente, os processos antigos continuam seguindo o método tradicional. Nós vamos pensar nisso mais adiante”.

Segundo ele, outra coisa importante, é o acompanhamento do andamento do processo. “Tem até o TOP 10, que mostra quais os primeiros dez servidores que estão com processos nas caixinhas deles não encaminhados. Com essa tecnologia a gente consegue ter esse tipo de leitura. E não só por pessoas, mas também por setores. Ou ainda por tipos de processo”.

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Ferraz lembrou, também, voltando ao volume monstruoso de processos em cima da mesa numa época nada distante, o quanto o programa traz economia para o município. “A gente fez uma conta muito simples, nós pegamos o valor que gastamos por ano na prefeitura para elaborar os processos e chegamos a R$ 500 mil, basicamente de papel. Nós estamos economizando esse valor, e nem estou colocando na conta a questão ambiental e outras variantes”.

Após a palestra de Ferraz, o vereador Mazinho dos Anjos abriu o evento para perguntas. Marcaram presença na Audiência Pública, autoridades, representantes de entidades da sociedade civil, estudantes, servidores públicos e munícipes que participaram ativamente da discussão sobre o tema.

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Na foto, da esquerda para a direita: vereador Duda Brasil, Fábio Ferraz, eu, vereador Sandro Parrini, a secretária de Controladoria Geral do Município (CGM), Raquel Drummond, e o secretário municipal de Administração, Silvanio Magno.

Também participaram da Audiência Pública, compondo a mesa, o vereador e vice-presidente da Comissão Especial de Desburocratização e Empreendedorismo, Sandro Parrini; o vereador Duda Brasil; a vereadora Neuzinha de Oliveira; a Controladora Geral de Vitória, Raquel Drumond; o Secretário de Administração de Vitória, Silvanio José de Souza Magno Filho; o Secretário de Turismo, Trabalho e Renda de Vitória, Leonardo Krohling; o Secretário de Desenvolvimento Econômico da Serra, Paulo Menegueli; o Diretor-Presidente do Prodest, Renzo Colnago; e o representante do CREA, José Maria Cola dos Santos.

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