Prefeitura de Vitória tem 15 obras atrasadas

Entre 2012 e 2017, a Prefeitura de Vitória investiu R$ 202 milhões em obras. Trata-se de construção de novas unidades de saúde, escolas, reforma de espaços públicos, avanços na infraestrutura e na habitação. No entanto, com base no levantamento da situação das obras, a Assessoria Técnico/ Legislativa do vereador Mazinho dos Anjos (PSD) identificou 15 com o prazo de conclusão vencido e sete interrompidas.

Uma que merece destaque é a construção do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) de Tabuazeiro, na Grande Maruípe – que começou no dia 03 de dezembro de 2013 e, conforme o contrato, deveria ser concluída no dia 27 de maio de 2015. A construção já soma 40 meses de atraso.

Por fim, o contrato de quase R$ 4,5 milhões, firmado com a MFI Engenharia Ltda., foi rescindido por mútuo acordo no dia 11 de dezembro de 2017. Desde então a obra encontra-se parada. O projeto, que recebeu o total de mais de R$ 1 milhão de aditivos, teve apenas 40,99% do planejamento executado.

Outra obra que chama atenção é a Unidade de Saúde do bairro Ilha de Santa Maria, também sob responsabilidade da empresa MFI Engenharia Ltda. O serviço, que começou no dia 29 de abril de 2016, tinha o dia 20 de dezembro de 2017 como prazo para entrega. A obra foi custeada inicialmente em R$ 3.021.830,39.

No entanto, a Assessoria identificou que a Prefeitura de Vitória emitiu uma ordem de paralisação, estabelecendo um aditamento de R$ 478.047,03 a mais no orçamento e prolongando o prazo de finalização para 07 de janeiro de 2019.

Apesar de ter 84% do serviço concluído e termos cerca de dois meses pela frente, no dia 03 de setembro deste ano, a Prefeitura voltou a emitir ordem de descontinuação e agora aguarda um novo valor a ser aditivado. Atualmente, a obra custa 3.499.877,42.

Segundo a Secretaria Municipal de Obras e Habitação (SEMOHAB), serviços necessários que não foram identificados na fase de elaboração do orçamento, surgiram e se fez necessário interromper o andamento da obra novamente.

Prefeitura de Vitória tem obras paradas - Mazinho dos Anjos
Problemas técnicos, abandono pelas empresas, serviços não levantados na fase do orçamento atrapalham o andamento das obras

Atrasos são comuns

Atrasos com esses acontecem não somente em Vitória, mas em diversas capitais do Brasil. Mais de 2,7 mil obras púbicas estão paralisadas no país, segundo pesquisa da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), com base nos dados do Ministério do Planejamento. O levantamento apontou que 517 projetos são do setor de infraestrutura, custando R$ 10,7 bilhões.

Os motivos são diversos: problemas técnicos, abandono pelas empresas, serviços não levantados na fase do orçamento ou dificuldades financeiras. Outro fator que prejudica é a falha na interação do gestor público com os responsáveis pelas obras.

BIM – Modelagem da Informação da Construção

Diante dos dados levantados pela Assessoria, o vereador Mazinho protocolou uma indicação à Prefeitura, para que a metodologia BIM (Building Information Modeling, em português Modelagem da Informação da Construção) seja adotada no planejamento, execução e manutenção dos equipamentos públicos.

“As construções custam mais do que deviam e demoram muitos para serem entregues”, pondera o vereador ao fazer a sugestão.

Vereador Mazinho dos Anjos
Vereador Mazinho sugeriu à PMV a adoção da metologia BIM

Basicamente, o BIM consiste em trabalhar de forma integrada, envolvendo todas as partes no planejamento: engenheiros, arquitetos e até pessoas responsáveis pela compra de materiais. Vários profissionais podem trabalhar no mesmo projeto ao mesmo tempo, utilizando o mesmo arquivo.

Ao se modelar uma parede usando o BIM, por exemplo, é possível edificar parâmetros não somente de espessura, comprimento e altura, mas também o material que será usado para fazer a parede, o fabricante, custos, propriedades térmicas e acústicas, dentre outras possibilidades.

O BIM auxilia no cumprimento do cronograma de obra, permite testar soluções previamente. O projeto também pode ser compreendido, revisado e visualizado mais facilmente. É como abandonar a ideia de fazer o planejamento desenhando mapas e trabalhar diretamente com maquetes.

“O planejamento de uma construção é muito complexo: quanto mais informações forem conhecidas, mais assertivo e seguro será o trabalho do início ao fim. É tudo o que um gestor público precisa: menos gastos e visão completa do projeto, evitando surpresas”, completa Mazinho.

Brasil caminha em direção à eficiência na Construção Civil

O governo federal publicou no dia 17 de maio de 2018, o Decreto 9.377, que institui a Estratégia Nacional de Disseminação do Building Information Modeling. O decreto estabelece metas de redução dos custos da construção em 9,7% e de aumento da produtividade em 10%, caso a adoção dos processos BIM pelas empresas se multiplique por dez, num prazo de 10 anos. Alcançadas, essas metas poderão render acréscimo projetado de 28,9% no PIB da Indústria da Construção.

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