Como seria Vitória com estudantes do ensino fundamental vendo no dia a dia os conhecimentos adquiridos sobre saúde, e envolvidos, por exemplo, no trabalho de redução de casos de DSTs? Uma utopia? Não. Essa ideia já está papel. Melhor, já saiu do papel e está dando muito certo em cidades como Santos (SP).
Trata-se do Projeto Jovem Doutor, desenvolvido e mantido pela Disciplina de Telemedicina do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP, que tem como criador chefe o Dr. Chao Lung Wen. Em fevereiro, o vereador Mazinho dos Anjos conheceu o projeto e o Dr. Chao, num encontro promovido pela Emescam, e está unindo forças com órgãos do município, a Emescam e a USP para torná-lo uma realidade em Vitória.
Mazinho, Dr. Chao (por vídeoconferência) e a Coordenadora de Projetos da Emescam, Rosane Mageste, apresentaram, na última quinta-feira (1º), o Projeto Jovem Doutor à secretária de Educação, Adriana Sperandio e sua equipe. “No encontro, sugerimos a implantação do programa em Vitória, através de um convênio técnico entre a Prefeitura, a Emescam e a USP”, esclarece Rosane.
Sobre o Jovem Doutor
O Jovem Doutor trabalha com educação criativa e significativa sobre saúde, segundo Dr. Chao Lung Wen. “O projeto é customizado à realidade de cada cidade que o acolhe. No caso de Vitória, somente a rede de ensino fundamental seria contemplada. Não se trata de formarmos “jovens médicos”, mas tornar os estudantes multiplicadores do conhecimento que estão adquirindo e aplicando-o nas comunidades em que estão inseridos”, ressalta.
A seleção dos alunos é feita por meio de uma redação, e baseia-se na avaliação do perfil de cada candidato, tendo como critérios a capacidade cognitiva e o poder de se expressar. Quanto aos fornecedores de todo este conhecimento, a Emescam entraria como responsável por monitorar o projeto, e o Departamento de Telemedicina da USP como provedor da platarforma utilizada pelo programa.
“Dispomos de uma quantidade incrível de recursos tecnológicos, novas metologias de aprendizado e um perfil de estudante muito diferente do que vimos até os anos 2.000. Estamos falando de uma geração estudantil com sede de conhecimento, mas frustrada pelos métodos utilizados em sala de aula”, conta Mazinho sobre o interesse em trazer o projeto para Vitória.
Próximos passos
A primeira impressão foi a melhor possível. Segundo Adriana Sperandio, o projeto deverá ser submetido à avaliação técnica da Secretária Municipal de Educação. “É importante, daqui para frente, conhecer a fundo o projeto, a justificativa, a metologia do projeto e testarmos a plataforma”, explica. A Secretaria Municipal de Saúde também deverá ser incluída na conversa. A próxima reunião já está pré-agendada.
Reconhecimento
O Programa Jovem Doutor já conquistou mais de oito prêmios, incluindo o Dr. Cidadão – APM (2010); o Prêmio Saúde – Editora Abril (2009) e Jovem Cientista – CNPq/MCTIC (2008); duas menções honrosas, três monções de aplausos, entre outros.
O índice de melhora do Ensino Fundamental (2016) no município de Santos, segundo índice IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) do MEC, aumentou 24% após a implantação do Jovem Doutor Santos.
Entre 2013 e 2016, quatro cursos foram realizados por Educação à Distância pela Pró Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU) da USP, duas oficinas de Encontro USP – Escola. Um total de mais de dois mil alunos alcançados pelo projeto.
